Muito se fala sobre a importância de ter títulos de renda fixa ou híbrida na carteira para trazer mais estabilidade e segurança. Mas como fazer para escolher entre títulos como Tesouro Direto IPCA+ e Tesouro Prefixado?
Embora ambos sejam títulos públicos, eles têm características bem distintas no que diz respeito à rentabilidade, ao prazo e aos riscos envolvidos. Neste artigo, comentaremos as diferenças entre eles e explicaremos em quais cenários cada um tende a se sair melhor.
Este conteúdo não é uma recomendação de investimento.
O que é Tesouro Prefixado e como funciona?
O Tesouro Prefixado é um título público emitido pelo Tesouro Nacional que oferece ao investidor um retorno fixo e previamente definido no momento da compra. Ou seja, é possível saber exatamente quanto se vai receber caso mantenha o título até o vencimento.
Para investir nessa modalidade, é preciso comprar o título pelo valor disponível no Tesouro Direto. A taxa de rendimento é definida no momento da compra e não muda até o vencimento. Ao chegar a data de vencimento, o Tesouro paga ao investidor o valor investido somado aos juros acumulados.
Vale lembrar, no entanto, que o Tesouro Prefixado está sujeito ao Imposto de Renda regressivo (quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, menor será a alíquota: 22,5% a 15%).
Como funciona o Tesouro IPCA+?
O Tesouro IPCA+, por sua vez, é um título híbrido. Isso quer dizer que parte de sua rentabilidade é prefixada e a outra é pós-fixada, indexada ao IPCA, o índice oficial da inflação no Brasil. Ou seja, ele assegura rendimento real, isto é, acima da inflação, protegendo o poder de compra do dinheiro ao longo do tempo.
O retorno do título é:
Rendimento = IPCA acumulado + taxa fixa contratada
Ao final do prazo, o investidor recebe o valor investido corrigido pela inflação + juros fixos. Alguns títulos IPCA+ pagam cupons semestrais, que podem ser utilizados como fonte de renda periódica. O Imposto de Renda também é regressivo, variando de 22,5% a 15% conforme o prazo de investimento.
Diferenças entre os títulos em termos de rendimento e risco
No que diz respeito ao rendimento real, o Tesouro Prefixado tem um rendimento fixo, mas que pode ser corroído pela inflação em alguns cenários. Já o Tesouro IPCA+ tem rentabilidade híbrida e ajustada pela inflação, o que pode assegurar um ganho real.
Em geral, a rentabilidade do IPCA+ costuma ser mais alta, porém, seu risco de mercado também é maior, uma vez que, caso as taxas de juros de mercado subam após a compra, o título pode se desvalorizar no mercado secundário. Isso pode levar a perdas financeiras em resgates antecipados.
Qual é a relação com a inflação e a taxa de juros?
O Tesouro Prefixado, como vimos, é sensível à inflação, portanto, há risco de perda em determinados cenários. Ele também é sensível à taxa de juros. O Tesouro IPCA+, por sua vez, protege contra inflação e também reage a juros no mercado secundário, mas só rende bem se mantido até o vencimento.
Quando cada título pode ser mais interessante?
Em geral, pode valer a pena investir no Tesouro Prefixado quando há expectativa de queda de juros, já que, ao comprar um título prefixado, o investidor consegue “travar” uma taxa alta antes que os juros caiam.
Além disso, quando se sabe que o dinheiro será necessário em uma data específica, também pode ser uma boa ideia investir nesse tipo de título, que é indicado, sobretudo, para investidores de perfil conservador a moderado, que buscam previsibilidade no retorno e são mais avessos ao risco.
Em compensação, pode ser mais vantajoso investir no Tesouro IPCA+ se o objetivo for proteção do patrimônio contra a inflação, pois é o investimento indicado para manter o poder de compra. Esse tipo de título também vale a pena para objetivos de longo prazo, como aposentadoria, educação dos filhos e reserva de patrimônio.
Embora não seja tão previsível quanto o Tesouro Prefixado, o Tesouro IPCA+ é indicado para perfis moderados e, em alguns casos, conservadores com horizonte de longo prazo, já que combina a segurança de um título público com a proteção inflacionária.